Como
membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os casos de
violência contra jovens negros e pobres no Brasil, o deputado federal Roberto
Alves (PRB/SP) apresentou requerimento, ontem, (14) pedindo a convocação dos
envolvidos citados na reportagem do jornal Correio Braziliense, publicada no
último domingo (12). A matéria revela a conclusão de oito inquéritos, por parte
da Polícia Civil Goiana, denunciando o abuso de meninas kalungas como escravas
sexuais.
“Chorei
ao ler a matéria. Dezenas de meninas são abusadas todos os dias, escravizadas e
humilhadas em troca de um prato de comida. Muitas engravidam aos 12 anos de
idade e nem sabem como isso aconteceu. Desinformadas, são levadas a acreditar que
se trata de uma prática culturalmente ‘normal’. Muitas declaram que nem sabiam
que era um estupro, um crime”, comenta Alves.
De
acordo com informações do Conselho Tutelar do município de Cavalcante, há uma
média de 60 denúncias por ano, a maioria de abuso contra as meninas kalungas. Para
o deputado, o caso deve ser incluído na pauta da CPI. “Essas meninas são frágeis,
vulneráveis e precisam de ajuda. A Câmara dos Deputados precisa ouvi-las. A
Justiça está fazendo a sua parte e esses criminosos devem ser punidos. Ainda
existem infinitos casos sem solução que queremos investigar na comissão”, disse.
Serão
chamados a prestar esclarecimentos o vereador e vice-presidente da Câmara
Municipal de Cavalcante, Jorge Elias Ferreira Cheim (PSD), e Neovalto Cândido
de Souza, ex-vereador e atual assessor da Câmara Municipal da cidade, ambos
acusados de estupro. Alves também sugere que sejam ouvidos representantes do
Conselho Tutelar do município de Cavalcante.
O
deputado, além de defender a causa dos jovens negros e pobres do país, também é
o presidente da Frente Parlamentar Contra o Abuso e a Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes, na Câmara.
Por Ana Lídia
Edição: Ascom Liderança do PRB
Fotos: Douglas Gomes
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