Bulhões volta a criticar propostas de reforma política

Foto: Jessé Vieira
Em pronunciamento no plenário da Câmara, o deputado federal Antônio Bulhões (PRB-SP) voltou a criticar algumas das propostas apresentadas no relatório da Reforma Política. O parlamentar republicano apontou, como um dos destaques negativos na reforma, a parte que fala de financiamento público exclusivo das campanhas, chamando atenção inclusive para os custos já arcados pelos cofres públicos com as eleições. “Devemos lembrar que, em 2010, os recursos orçamentários repassados ao Fundo Partidário alcançaram a cifra de R$ 300 milhões. Somando-se esse montante com a contrapartida fiscal do Horário Eleitoral Gratuito, da ordem de R$ 830 milhões, e com as despesas com a própria administração das eleições, avaliada em cerca de R$ 350 milhões, temos um custo já público de quase R$ 1,5 bilhão”, argumentou o parlamentar, para concluir: “O estado deve regular, fiscalizar e controlar o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais, mas não deve substituir os partidos na busca por apoio social suficiente para que suas campanhas tenham chances relevantes de êxito eleitoral”.



Outro ponto da proposta da reforma criticado pelo parlamentar republicano é a instituição da lista partidária preordenada, seja na forma pura ou mista. “Sob o argumento de que estaríamos fortalecendo nosso sistema partidário, estaríamos, na verdade, aumentando o espaço para a expressão do poder oligárquico de nossas lideranças partidárias, que terão o poder de definir, a priori, o ordenamento das listas e, portanto, as chances de sucesso eleitoral dos candidatos mais afinados com seus pontos de vista”.



Bulhões concluiu seu pronunciamento defendendo que a Câmara preserve a prerrogativa do eleitor votar nos candidatos de sua preferência, sem interferência de “caciques”, ao mesmo tempo em que reafirmou o compromisso com “a liberdade de a sociedade contribuir para os candidatos afinados com seu pensamento político”.

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