Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, o parlamentar republicano Antônio Bulhões (SP) pediu a presidenta Dilma Roussef que assuma o compromisso de, usando a credibilidade que o país hoje goza no cenário mundial, defender em todos os fóruns internacionais o fim das experiências com equipamentos que possam manipular o clima no planeta.
Foto: Jessé Vieira |
Sobre a alegada natureza pacífica do projeto, Bulhões chamou a atenção para o fato de que o programa está sendo viabilizado com recursos da Força Aérea e da Marinha dos EUA, o que poderia “comprometer” seus fins pacíficos. O deputado também destacou que, conforme documentos apresentados no parlamento russo, os EUA poderiam estar desenvolvendo uma nova arma, capaz de interferir em todo o planeta, com matriz geofísica, possibilitando ao país controlar placas tectônicas, temperatura atmosférica e até mesmo o nível de radiação que passa pela camada de ozônio. “O controle dessa tecnologia colocaria em risco a vida vegetal e animal da região atingida pelo evento e permitiria aos EUA provocar desastres naturais como secas prolongadas e enchentes devastadores, arruinando economias e inviabilizando concentrações populacionais, com insegurança e instabilidade em toda a a Terra”, adverte Bulhões.
O deputado também lembrou que o Parlamento Europeu, por meio de resolução datada de 28 de janeiro de 1999, afirmava que o Projeto HAARP manipulava o meio ambiente com fins militares. A resolução chegava a pedir que o projeto norte-americano fosse objeto de uma avaliação para verificar sua finalidade e suas consequências, sugerindo ainda a elaboração de uma convenção internacional com vistas à proibição, em escala global, do desenvolvimento de qualquer arma similar.
Em seu pronunciamento, Bulhões destaca que não seria impossível que tal equipamento fosse contra o Brasil. “Imaginem se, em determinado período, a produção agrícola brasileira pudesse comprometer a venda de produtos norte-americanos – uma hipótese cada vez mais plausível e já verificada em outras vezes. Quais as garantias de que, inesperadamente, operados pelo bombardeio da ionosfera, não poderia ser o território brasileiro atingido por seca avassaladora, ou inundação de proporções invulgares, comprometendo nossa economia e a sobrevivência de milhões de brasileiros para garantir a economia americana”.
Bulhões concluiu seu pronunciamento pedindo que o Brasil apoie ações no âmbito das Nações Unidas para coibir o desenvolvimento dessas tecnologias, sob o risco de vermos uma nova corrida armamentista, dessa vez com matriz geodésica, ou de coexistirmos em um mundo “refém de uma potência que terá o poder de vida e morte de populações inteiras, de acordo com a decisão unilateral de defesa de seus interesses”.
Paulo Gusmão
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