Abdon propõe audiência pública para debater prejuízos com extinção do fenômeno da Pororoca no Amapá


O deputado André Abdon (PRB/AP) quer explicações sobre a extinção do fenômeno da pororoca no Rio Araguari, no Estado do Amapá. O republicano apresentou o requerimento (49/15) para realização de debate na Câmara dos Deputados com acadêmicos, representantes de órgãos públicos e privados, organizações não governamentais e sociedade civil. A proposta foi aprovada, na manhã desta quarta-feira (5), na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA). 

Segundo o deputado, a extinção do fenômeno do encontro do rio com o mar resulta em prejuízos econômicos e ambientais. “A negligência dos órgãos ambientais do estado e do país permitiram que chegássemos a esse ponto. Agora é necessário discutir o assunto com toda a classe envolvida, só assim podemos chegar aos culpados. Não podemos permitir que a Pororoca simplesmente acabe”. Argumenta o deputado autor do requerimento.

De acordo com o Instituto Chico Mendes (ICMBio), uma das causas da extinção do fenômeno é a atividade pecuária, sobretudo, a criação de búfalos. Os pecuaristas se defendem, alegando que as hidrelétricas também são responsáveis pelo fim da Pororoca. Já o Ministério Público Federal (MPF) promete processar o Estado e os pecuaristas.

O parlamentar argumenta que além do prejuízo econômico e ambiental, a questão também afeta as populações ribeirinhas, não só pela dificuldade de acesso ao rio, mas pelo impacto na pesca, uma vez que, em virtude do assoreamento, algumas espécies de peixes já não entram mais pela foz do Rio Araguari.

“Em curto prazo os danos já são enormes. A escassez da água potável foi uma das primeiras decorrências do fim do fenômeno. Há, ainda, relatos de pais que, para levarem os filhos às escolas, precisam andar por longas distâncias dentro da mata até chegar às margens do rio que ainda não foram afetadas”, lamenta o deputado Abdon.

Saiba mais

A bacia do rio Araguari, no extremo Leste do Amapá, é palco de um fenômeno caracterizado pelo encontro das águas do rio com as águas do mar, conhecido como Pororoca. Ondas que chegam a 6 metros de altura, com velocidade de 30 quilômetros por hora, fizeram do estado rota prestigiada do ecoturismo internacional. No entanto, desde 2013, o fenômeno, que costumava acontecer duas vezes por ano, não se repete.

Por Fernanda Cunha (Ascom Liderança do PRB)
Foto: Douglas Gomes 

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