Por solicitação da deputada federal Rosangela Gomes (PRB-RJ), a Câmara dos Deputados realizou audiência pública para debater a mortalidade materna e o impacto sobre a vida das mulheres negras no Brasil. O evento aconteceu na última terça-feira (09), na Subcomissão Especial destinada a avaliar as políticas de assistência social e saúde da população negra.
Rosangela Gomes alerta que as mulheres negras são as que mais morrem no Brasil por procedimentos obstétricos, segundo dados do Relatório Socioeconômico da Mulher. De acordo com o levantamento, o percentual é de 62,8% de mulheres negras e 35,6% de mulheres brancas. Só no Rio de Janeiro, uma mulher morre por esse motivo a cada dois dias no Sistema Único de Saúde, sendo que as principais causas de morte são hipertensão (20%), hemorragia (12%) e aborto (5%). “Infelizmente, esses índices se agravam quando associados a questões como raça, cor e escolaridade. Não podemos aceitar essa situação. As ações e políticas públicas devem ser as mesmas para todos e a mulher negra não poder ser desfavorecida”, apontou.
A parlamentar aponta que existe um ‘racismo institucional’ camuflado, uma vez que os números comprovam tal situação. “Os casos de mortes entre mulheres brancas teve uma redução significativa, no entanto, a mortalidade de mulheres negras é preocupante e temos que propor ações imediatas para reverter esse cenário”, lamenta Gomes.
Dados apresentados por especialista durante o debate, revelam que de 2000 a 2012, as mortes por hemorragia entre mulheres brancas, por exemplo, caíram de 141 para 93 casos, por 100 mil partos. Entre mulheres negras, o número saltou de 190 para 202. Já o aborto entre mulheres brancas teve uma queda de 39 para 15, por 100 mil partos. O número entre negras subiu de 34 para 51.
Participaram do debate a Dra. Jurema Werneck, representante da ONG Criola; a professora Isabel Cruz, do núcleo de estudos sobre saúde e etnia negra da Universidade Federal Fluminense; Alaerte Leandro Martins, representante da Articulação Nacional de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (ANMB); e Larissa Amorim Borges, diretora de programas da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.
Texto: Fábia Andres / Ascom deputada federal Rosangela Gomes
Edição: Laize Andrade / Ascom Liderança do PRB
Fotos: Alex oliveira / Agência Câmara
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