PRB recorrerá ao STF para manter relator no processo de Cunha

Fausto Pinato foi destituído da relatoria do processo no Conselho de Ética

O líder do PRB na Câmara, deputado Celso Russomanno (PRB-SP), considerou um ato arbitrário a destituição do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria do processo que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (9), o líder republicano anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão.

“Não vamos aceitar esse tipo de prática. Isso nunca aconteceu na história do Congresso Nacional. Pinato recebeu a denúncia e deu continuidade ao processo com seriedade e competência. Estamos em obstrução neste momento e temos o apoio de vários partidos. Vamos pedir a suspenção do processo até que a questão seja respondida pelos colegiados, primeiro na CCJ e depois no plenário da Câmara”, afirmou Russomanno.

O republicano criticou a decisão monocrática lembrando que os membros da mesa não foram ouvidos. “A decisão partiu de um único membro da mesa. O vice-presidente Valdir Maranhão. Todos achavam que o relator trabalharia conforme a vontade do presidente da Câmara, mas não foi o que aconteceu. Porque agiu de maneira correta, séria e com ética ele está sendo retirado do processo? Isso a gente não pode aceitar, o partido não aceita, o bloco que eu lidero não aceita e vamos tomar todas as providências na esfera administrativa da Câmara e na esfera jurídica para que as coisas andem como devem andar, ou seja, dentro do regimento interno da Casa", disse.

Pinato recebeu a destituição do cargo com indignação. “Queria pedir o apoio do povo brasileiro para que o processo continue, pois Brasil tem pressa. Só Deus e minha família sabem o que passei. Quero agradecer de antemão o apoio do PRB, do presidente Marcos Pereira, do líder Celso Russomanno e de colegas do PSDB, do PSB, do PPS, da Rede, do PCdoB e do PT. Não sou apegado ao cargo de relator, mas sou apegado à verdade e à justiça. Sou segundo vice-presidente do Conselho de Ética e votarei pela admissibilidade do processo”, disse.

O deputado Fausto Pinato – que revelou ter sido ameaçado de morte após ser escolhido relator da denúncia contra Cunha – agradeceu o secretário de Segurança Pública de São Paulo, o jurista Alexandre Moraes: “Ele foi testemunha do boletim de ocorrência reservado que protocolei para que não vazasse à imprensa. Cheguei a pensar que poderia morrer. Também tive uma conversa com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, pedindo para abrir investigação sobre essas ameaças”, acrescentou o republicano.

Por Mônica Donato (Ascom Liderança do PRB)
Foto: Douglas Gomes

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