Projeto de Bulhões restringe utilização de PMMA e silicone liquido em procedimentos estéticos


Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara

O líder do PRB na Câmara, deputado federal Antonio Bulhões, apresentou projeto que prevê a proibição, em todo o território nacional, da aplicação de polimetilmetacrilato (PMA) e silicone liquido nas camadas superficiais da pele. “O uso de tais substâncias em procedimentos estéticos se transformou em uma epidemia e sua utilização tem causado dores e mutilações a inúmeros pacientes desavisados, o que motivou a apresentação do projeto”, justificou Bulhões.

Uma pesquisa recente, coordenada pelo cirurgião plástico membro da Academia Nacional de Medicina, Claudio Cardoso de Castro, mostrou que essas substâncias devem ter seu uso restrito a pequenos procedimentos, com a injeção de até dois ou três mililitros em regiões da face. No entanto, o PMMA, em muitos casos, é injetado em doses de até 400 mililitros, nas nádegas por exemplo.

A febre de utilização de tais substâncias chegou com a disseminação da bioplastia, uma técnica sem cortes de modelagem corporal por meio de implantes biológicos ou sintéticos para preenchimentos estéticos. “Ocorre que, contrariamente ao que dizem muitos profissionais da área estética, há estudos científicos que comprovam que o PMMA, por exemplo, pode ser absorvido pelas células e com isso provocar inflamações ou mudar de lugar dentro do organismo, gerando, ao paciente, deformidades irreversíveis e até mutilações”.

A técnica de implante de PMMA foi desenvolvida nos anos 90, nos EUA, tornando-se popular para rejuvenescimento facial, pois atenua as rugas, aumenta o volume tecidual e melhora o contorno facial. As complicações mais frequentes são a formação de pequenos edemas, devido ao deslocamento das micropartículas. Os riscos aumentam com o uso em maiores quantidades. No Rio Grande do Sul, chegou a ser registrado um caso de necrose facial em uma paciente que teve a substância aplicada próximo às fossas lacrimais. “outros problemas podem também advir da utilização de materiais sem procedência atestada”, lembra Bulhões.

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