Segundo Sales, a frente agirá democraticamente de modo a equacionar os principais problemas enfrentados pelos pacientes que aguardam os transplantes, assim como os que estão em tratamento. “Esperamos denúncias, sugestões e relatos que, possivelmente, serão convertidos em propostas de lei", disse.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Dr. Lúcio Pacheco, a participação do Poder Legislativo é de grande importância. “Nossa causa ganha a força política que precisávamos para conseguir melhorar o atendimento aos pacientes. Um dos maiores problemas enfrentados no setor é a falta de recursos. “Hoje, por exemplo, recebemos o comunicado da doação de um fígado para um dos meus pacientes, um bebê de apenas 8 meses. O órgão estava em Natal (RN) e, como não tínhamos meios para fazer a captação, infelizmente o transplante não pode acontecer”, lamentou o médico.
O deputado Alan Rick (PRB-AC) ressalta que a desinformação é outro empecilho no desenvolvimento da prática. “Precisamos de divulgação para que as pessoas entendam que doar órgãos é doar vida e esperança para os milhares de brasileiros que estão nas filas de espera”, afirmou o republicano.
Sales reitera que muitas pessoas chegam a óbito enquanto esperam pela cirurgia. “Calcula-se que, entre janeiro e junho deste ano, cerca de 30 mil pacientes aguardavam por um transplante no Brasil. Desses, apenas 3.770 conseguiram passar pelo procedimento cirúrgico, seja por falta de doador ou de vagas em hospitais públicos”, complementa.
A médica do Centro Estadual de Transplantes do Hospital São Francisco de Assis no Rio de Janeiro, Dra. Deise De Boni, que já realizou mais de três mil transplantes em sua carreira, observou que somente aguardando um rim, são 19 mil pacientes, dos quais apenas 5500 conseguiram passar pelo procedimento.
Para o deputado Antônio Bulhões (PRB-SP), o fato de Roberto Sales ter vivenciado a situação, quando recebeu um rim do seu pai, o credencia para tocar os trabalhos com a sensibilidade que o tema requer. “Acredito que Sales é a melhor pessoa para conduzir esta Frente Parlamentar. Não somente pela determinação e compromisso, mas pela história de vida que ele tem. Como transplantado, ele sabe muito bem o que é estar na fila. Portanto, tem meios para levantar o debate da melhor forma possível, lutar pelas políticas públicas ideais, incentivar a doação de órgãos e salvar mais vidas. Com certeza esse colegiado desenvolverá um trabalho memorável”, afirma Bulhões.
Também participaram do lançamento o presidente da Associação dos Doentes Renais e Transplantados do Estado Rio de janeiro (Adreterj), Gilson Nascimento; o coordenador Geral do Sistema Nacional do Transplante do Ministério da Saúde, Éder Murari Borba; e o diretor do departamento médico da Câmara dos Deputados Jezreel Avelino da Silva.
Os deputados Vinicius Carvalho (PRB/SP), Christiane de Souza (PTN/PR) e Antônio Jácome (PMN/RN) foram eleitos 1º vice-presidente, 2° vice-presidente e secretário, respectivamente.
Saiba mais
O Brasil possui um programa de transplantes que se destaca em meio às nações mais desenvolvidas do mundo, porém a demanda ainda é alta e, por isso, precisa de mais investimentos. São feitos anualmente 5500 transplantes de rins e 1700 de fígado.
Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), de janeiro a junho de 2015, cerca de 32 mil pacientes aguardavam na fila de espera, sendo 235 para coração, 1.448 para fígado, 20 para pâncreas, 461 pâncreas e rim, 201 para pulmão, 10.386 para córnea, e 19.249 para rim. Porém, só foram realizados 3.770 transplantes.
Por Fernanda Cunha (Ascom Liderança do PRB)
Foto: Douglas Gomes
Foto: Douglas Gomes
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