O senhor vai liderar a bancada de uma instituição partidária que recentemente completou 10 anos e já alcançou reconhecimento na política nacional. Qual sua expectativa com esse novo desafio?
Márcio Marinho -> Esse desafio me enche de orgulho e exige responsabilidade. Temos uma bancada representativa com deputados de qualidade intelectual, moral e política. Para liderar esses parlamentares é preciso bom-senso, equilíbrio e uma visão geral dos problemas do país. Mais cedo ou mais tarde, todos os temas que mobilizam a sociedade acabam por fazer parte da nossa pauta de discussão, trazidos das localidades dos deputados. É preciso estar atento a tudo que se passa e dedicar 24h por dia procurando soluções para os diversos problemas que nos são apresentados. Portanto, serão tempos de muito trabalho e de muito diálogo para que o PRB se mantenha na posição de um protagonismo que conquistou nesses 10 anos.
O PRB tem demonstrado disposição para enfrentar os principais problemas da atualidade: crise econômica, inflação e desconfiança política. Como enfrentar essa crise?
Márcio Marinho -> O ano de 2015 foi muito difícil para a economia brasileira e suas consequências atingiram todos os cidadãos, especialmente os de baixa renda. As previsões para este ano também não são animadoras. O governo precisa controlar a inflação, evitar a recessão e o desemprego. Como afirmou o nosso presidente Marcos Pereira em recente artigo sobre a inflação, “é hora de firmar os pés na realidade e dar respostas efetivas à sociedade”. O PRB quer participar das decisões econômicas e espera que sejam adotadas medidas eficientes para superar a crise. Isso me indica a grande responsabilidade que terei na liderança para distinguir as ações prioritárias que favoreçam o bem estar da população. A tarefa do dia-a-dia, que a nossa liderança buscará, será captar a ânsia das famílias para entender se uma política pública pode ser proposta. Nem tudo o que o povo aspira precisa de nova política. Algumas já existem, mas pecam pela ineficiência.
O mesmo pode ser dito com as políticas de saúde pública? No caso específico da Zica, ainda existem muitas perguntas sem resposta sobre o vírus e a ocorrência da microcefalia. O que fazer para enfrentar esse problema?
Márcio Marinho -> O mesmo pode ser dito da política de saúde. O Ministério da Saúde é o que recebe a maior parte do orçamento disponível. Entretanto, agora, surge um novo problema que necessita do empenho de todo o país, principalmente no meu Nordeste. Em um ano que começa com tantas turbulências, uma pessoa prudente precisa definir as prioridades. Vejo como urgente a discussão sobre como erradicar as doenças causadas pelo mosquito aedes aegypti. É prioridade, tanto pela solidariedade com o sofrimento de quem já enfrenta o problema, quanto pela imagem do Brasil.
Sua gestão à frente da Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados foi avaliada positivamente pelos deputados do colegiado e pela mídia. O senhor pretende levar para a Liderança temas e enfoques que pautaram sua atuação na comissão?
Márcio Marinho -> Quando se fala em esporte pensamos muito nas modalidades de alto rendimento, mas para alguém chegar nessa fase precisa ter passado antes pela base. A prática da educação física deve ser incentivada nas escolas até por uma questão de saúde. Pesquisa realizada pelo Ministério do Esporte constatou que mais de 50% da população brasileira não pratica nenhum tipo de atividade física. Nosso trabalho é para tornar o esporte acessível a todas as escolas municipais e motivar toda a população a praticar algum tipo de exercício. Há dezenas de projetos em tramitação na Câmara que podem contribuir para incorporar o esporte e a educação física à rotina dos brasileiros. Como líder, vamos apoiar a votação urgente dessas matérias e depois cobrar do governo a implementação. O Ministério do Esporte está sob a gestão do PRB e o ministro George Hilton tem feito um trabalho efetivo para colocar o esporte brasileiro na agenda dos principais temas. Isso certamente tornará o diálogo mais produtivo.
A qualidade da educação fundamental ainda é um dos grandes entraves do Brasil. Nunca se investiu tanto na qualificação dos brasileiros, mas os resultados não são muito animadores. O que fazer para melhorar os índices?
Márcio Marinho -> Não precisamos inventar uma política nova. Precisamos buscar é o aperfeiçoamento da que existe. Mas antes devemos perguntar: o que queremos da educação? Queremos uma escola que eduque todos os assuntos, inclusive os morais, ou uma professora que ensine o necessário para que os nossos filhos consigam o progresso pela própria competência? Quando escola pública pouco capacita os filhos do Brasil, fica explicada a desigualdade social que vivemos. Os índices internacionais mostram que o Brasil tem o segundo maior número de estudantes com baixa performance em matemática básica, ciências e leitura em uma lista de 64 países de todo o mundo, conforme o recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Se quisermos que todos tenham uma oportunidade de progresso, então a política de educação precisa ser revista.
Como o senhor pretende atuar na Liderança?
Márcio Marinho -> Nosso objetivo é manter uma discussão permanente com a bancada para ouvir o posicionamento de cada parlamentar a respeito dos temas relevantes em discussão na Câmara e, assim, chegarmos a um consenso sobre nosso posicionamento. Celso Russomanno fez uma excelente liderança e manteve uma postura de destaque nas votações. Daremos continuidade ao trabalho iniciado e manteremos a consulta a todos os deputados.
Por Mônica Donato (Ascom Liderança do PRB)
Foto: Douglas Gomes
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