1) Os 10 deputados do Partido Republicano Brasileiro foram incluídos no ranking da VEJA, em 2013, que classifica os parlamentares mais atuantes no Congresso Nacional. O levantamento é realizado anualmente com a colaboração do Núcleo de Estudos sobre o Congresso (Necon), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj). A que ou a quem o senhor atribui esse sucesso?
Primeiro, à qualidade desses parlamentares. Nós temos um quadro de deputados experientes que exerceram mandatos de vereadores ou deputados estaduais com competência. Segundo, ao corpo técnico da Liderança, que conta com especialistas do mais alto nível. Terceiro, a comunicação diária da atuação parlamentar. Tudo isso permitiu que o trabalho dos parlamentares nas comissões, na criação de frentes, assim como na autoria e relatoria de projetos fosse reconhecido. É um tripé: qualidade do deputado, da assessoria técnica e a experiência acumulada na vida pública.
2) O senhor foi reconduzido ao cargo de líder em 2014 pelos colegas de Bancada. Como recebeu a missão?
Avalio que fizemos um trabalho coletivo. Não era o líder George, mas vários líderes. Numa equipe, cada um tem o seu papel fundamental. É como uma orquestra, em que se tem vários instrumentos e não existe um que seja melhor ou mais legítimo do que o outro. Pode parecer que, em determinados momentos, uns se destaquem mais, até por serem mais solicitados. Mas é a soma de todos os instrumentos que faz a sinfonia perfeita. O maestro depende da habilidade de cada instrumentista para alcançar essa máxima. Da mesma maneira aconteceu com a bancada do PRB, que resolveu me reconduzir porque observaram uma sinergia muito forte no trabalho desempenhado no primeiro ano. Procurei exercer uma liderança focando no potencial de cada um e valorizando o que eles têm de melhor. Para mim, foi uma experiência ímpar e gratificante, que aumenta, ainda mais, a responsabilidade para os novos desafios que virão.
3) O senhor lançou a Frente Parlamentar de Combate ao Roubo de Cargas. O que motivou a criação?
Sou de um Estado que tem a maior malha rodoviária do país, Minas Gerais. Portanto, são nas nossas rodovias onde se dá o maior número de ocorrências de roubos e mortes nas estradas. Só no ano passado, o prejuízo do roubo de cargas foi de mais de um bilhão de reais para as empresas e o poder público, além da perda de vidas que foram dizimadas. São dois vieses que precisamos ressaltar: o econômico, porque o país não pode parar e precisamos dar condições de trabalho para os caminhoneiros e a segurança, pois esses profissionais lidam com o risco de morte iminente. Recentemente foi explodido um carro-forte, em São Paulo, matando os seguranças que ali estavam trabalhando. É isso o que me preocupa: o prejuízo ao país e a falta de segurança para esses trabalhadores, que precisam da garantia do Estado de que vão voltar para as suas famílias. Criamos a frente para otimizar os trabalhos que estão sendo feito no sentido de combater essa prática.
4) O ano de 2014 foi decisivo para o PRB, que elegeu 21 deputados federais. Como avalia o resultado nas urnas?
Muito feliz, mas fazendo justiça a uma pessoa que eu considero responsável por esse crescimento todo, o presidente Marcos Pereira. Ele empreendeu um trabalho eficiente e estratégico que resultou na eleição de deputados federais e estaduais de Norte ao Sul do Brasil. A sua liderança é incontestável. O PRB é um partido jovem que já nasceu participando de momentos históricos da política nacional com a eleição do nosso vice-presidente, José Alencar. Foi idealizado por ele e pelos não menos brilhantes, Marcelo Crivella, Vitor Paulo e outros. Marcos Pereira deu continuidade ao trabalho e estabeleceu um novo modelo que permitiu ao PRB ser a bancada que mais cresceu, na contramão da maioria dos partidos que diminuíram nas eleições de 2014.
5) Como membro do Parlasul, o senhor tem visto progresso nas negociações do Brasil no Mercosul? Quais os principais avanços nos últimos anos?
Estou no segundo mandato como representante do Brasil no Parlasul. O mandato não é eletivo, pois não temos eleições diretas para o Parlasul. A escolha deve ser feita por deliberação da bancada. O meu desejo é continuar. Ainda há um desconhecimento muito grande sobre a integração dos povos do Mercosul. O Parlasul surgiu para aproximar o que era apenas um bloco comercial, que as pessoas nem sempre estão atentas às questões que envolvem mercado livre e trânsito de mercadorias. No nosso entendimento, é preciso ter um Parlamento para que a integração não seja só no comércio, mas também entre os povos. E nós avançamos muito. Os povos do Mercosul já têm a dispensa de passaporte entre os países do Bloco. Tivemos um grande avanço na área previdenciária, de modo que o tempo que um cidadão brasileiro trabalhou na Argentina pode ser utilizado para efeito de aposentadoria no Brasil. Avançamos também nos estatutos das cooperativas que permitirá, por exemplo, que se constitua uma cooperativa com cidadãos do bloco. Mas os desafios são enormes e temos uma situação séria ainda para resolver: a questão da transação entre os países para uma só moeda. Avançamos agora com a Argentina e com o Uruguai no que diz respeito às transações que não dependem mais do dólar. O desejo nosso é de que possamos ter uma instituição financeira, como tem hoje a comunidade Europeia. Há um projeto de criação de um banco para facilitar a vida de todos os países.
6) Em setembro de 2013, o senhor declarou apoio ao manifesto Atletas pelo Brasil. O esporte sempre foi uma prioridade para a Bancada?
No Parlamento há representação de vários segmentos e o esporte, sem dúvida, é uma bandeira de interesse de toda Nação. O Brasil vem-se preparando para organizar os melhores Jogos Olímpicos e Paraolímpicos da história. A integração de todos os entes públicos com o Comitê Rio 2016 é um fator chave para o sucesso da organização. Recebi essa missão de comandar o ministério e pretendo fazer uma gestão ouvindo todos os segmentos interessados como sempre fiz em minha vida pública. Temos representantes do PRB em diversas secretarias de Esporte em todo o país. Pretendemos fazer um trabalho em conjunto dando atenção especial ao esporte social, ao esporte de inclusão, ao esporte educacional e comunitário. Vamos intensificar a parceria com o Ministério da Educação para consolidar e ampliar o programa Atleta na Escola. Acreditamos que o esporte escolar é o caminho para o desenvolvimento sustentável do esporte brasileiro. Queremos que os efeitos positivos dos Jogos Olímpicos influenciem novas gerações.
7) O que espera da nova Bancada e qual a mensagem que deixa para o próximo líder?
Que ela seja homogênea nos seus objetivos, mas heterogênea na sua pluralidade de pessoas e ideias. Teremos deputados de várias regiões. Isso enriquece o partido e o Congresso Nacional. Sinto-me privilegiado de ter liderado esses 10 deputados e de ter sido eleito novamente pelo povo mineiro para representá-los. Sou grato pela confiança dos companheiros que me conduziram e reconduziram ao cargo de líder. A mensagem que deixo para o próximo líder é que ele mantenha esse espirito de união e de parceria, sendo, sobretudo, um interlocutor dos seus colegas. A grande lição que eu tive nesses dois anos de liderança é que a gente passa a ser servo dos demais. A grande virtude do líder é reconhecer nos seus companheiros, nos seus iguais, que somente com um trabalho de união se consegue grandes resultados.
Por Mônica Donato
Fotos: Douglas Gomes
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