Eleito pelo Rio Grande do Sul para exercer seu primeiro mandato de deputado federal, o republicano Carlos Gomes (PRB/RS) chega ao Congresso Nacional chamando atenção para um tipo de discriminação silenciosa que deixa milhares de brasileiros às margens da sociedade. Segundo ele, a comunidade surda vive “amordaçada” e a evasão escolar é enorme, pois não existem politicas públicas específicas para escola especial bilíngue no país.
“Vamos imaginar que uma pessoa surda sofre um tipo de violência, por exemplo. Como ela vai relatar aos delegados em língua brasileira de sinais (Libras)? Não há funcionários habilitados no serviço público para compreender este tipo de declaração. Se nós, que somos ouvidos, temos uma dificuldade enorme de nos fazer compreender nas demandas diárias, imaginem essas pessoas que vivem como se fossem estrangeiros dentro do seu próprio país”, reclamou o deputado.
Gomes informou que contratou um professor de libras para trabalhar em seu gabinete e que essa deve ser uma das bandeiras de seu mandato. “Já estive numa audiência pública com mais de 600 surdos e me senti impotente por não compreender a linguagem deles. Acredito que não devemos tratá-los como deficientes, mas como pessoas que vivem em desvantagem por estarem em minoria. Temos que aumentar o número de profissionais que falam libras no país para garantir dignidade à essas pessoas”, acrescentou.
Carlos Gomes já cumpriu dois mandatos de deputado estadual na Assembleia Legislativa Gaúcha e também trabalha por maior transparência no serviço público.
Por Mônica Donato
Foto: Douglas Gomes
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